terça-feira, 6 de agosto de 2013

Processo saúde-doença

Depois da aula de hoje fiquei pensando sobre a quantidade de conceitos relevantes que conhecemos, mas pouco paramos pra pensar.

O que define uma pessoa doente?
O que alguém precisa pra se considerar saudável?
Nós conseguimos ser 100% saudáveis? E doentes?

A Organização Mundial da Saúde preconiza uma "situação de perfeito bem-estar físico, mental e social". Bom, se for assim, lascou-se

Seguindo essa lógica, quem vive em São Paulo, por exemplo, tá condenado a nunca ser saudável, por mais que se alimente bem e pratique exercícios, pois as condições climáticas da cidade são sofríveis na maior parte do tempo, sempre há problemas de trânsito dos quais é difícil ficar ileso, e percebe-se o distanciamento e o isolamento crônico nas pessoas que vivem em metrópoles.

Então, a partir dos diálogos, leituras e debates propostos, chegamos à rápida conclusão que Saúde é um conceito multifatorial, e que não dá pra ser totalmente doente ou são. Logo, uma situação não exclui a outra.

Nesse contexto, pesquisei mais sobre a epidemiologia, e descobri sua importância ao perceber que ela considera o máximo de características que podem influenciar no processo saúde/doença, elaborando estratégias a partir dos dados levantados e deixando para trás a ideologia unifatorial de "um agente, uma doença".

Quanto mais se pensa a respeito, mais fatores determinantes surgem: produtos de uma sociedade convulsivamente inconstante.


Sendo assim, como vou atuar visando a saúde de uma pessoa considerando só o aspecto biológico? À medida que a sociedade vai transformando-se, tecnologizando-se e tendo mais acesso a tudo, como posso me dar ao luxo de achar que como nutricionista poderei impor um roteiro de dieta sem pensar na individualidade da pessoa? Se for fazer uma analogia, do mesmo jeito que a saúde depende de vários fatores, a escolha do alimento também. Estamos lidando com histórias de vida complexas e rotinas que mudam incrivelmente de pessoa pra pessoa.

Chegando em casa, fui pesquisar mais a respeito e achei alguns artigos¹ que confirmam a ideia da multifatorialidade na construção da saúde. O artigo em questão afirma a influência do contexto urbano na saúde humana, e a forma como políticas públicas podem ser inclusas nesse meio, afetando positivamente a população.

Mas agora eu continuo com dúvidas. Como o nutricionista pode colaborar para uma implantação eficiente de políticas públicas? Como agir visando um bem estar em mais de uma pessoa, expandindo-me além do consultório e do atendimento individual?

Porque convenhamos, apesar de não podermos conseguir um quadro de saúde plena, queremos reduzir ao máximo os transtornos e limitações que as doenças nos causam.


Nenhum comentário:

Postar um comentário